sábado, 16 de abril de 2016

Os evangélicos super-poderosos

Vocês se lembram da abertura do desenho infantil: “as meninas super poderosas”, se lembram da vinheta inicial que trazia alguns dos ingredientes que formavam sua “composição genética”. Venho através desse texto, propor algumas características que acredito formar o “componente genético” da face mais hegemônica da igreja evangélica. Espero que nos traga a reflexão de como o nosso cristianismo está ou não próximo do nosso Cristo.
Moralismo
Não tem como falar de evangélico no país sem considerar a sua maior representatividade moralista. Pessoas que julgam estar um patamar acima da população e do estado. Com direito de apontar erros e falhas em todo e qualquer sistema de atuação, principalmente daqueles que infringem uma conduta defendida em seus estatutos. Somos assim. Nos consideramos superiores na forma de ver e achamos que o melhor jeito de viver é o nosso, segundo nosso padrão.
Arrogância
Marca dum povo que chama à si as prerrogativas de “Filhos do Rei”, “cabeça e não calda”, “merecedores de benefícios” e etc. Gente que, muitas vezes, aliás, várias vezes, abandona os ensinamentos de humildade, do considerar o outro maior e o seu sofrimento por uma causa mais relevante, no caso, a glória de Cristo, para ter razão e defender seu ponto de vista. Não preciso falar desta bancada evangélica no governo que não se dispõe sequer a ouvir e raciocinar em benefício daqueles qu estão fora do nosso “nicho específico”.
Justiça própria
Pensa num povo que não pensa no que fala. Ou não pensa ou não conhece. Não reconhece a graça (doutrina básica presente em todo o evangelho, nas confissões de fé, na reforma e por aí vai). E quando reconhece, limita-a às conveniências institucionais. Em outras palavras, a gente quer graça da parte de Deus quando vacila, mas quer castigo pra quem vacila com a gente. Ou ainda, quando estamos com tudo “bonitinho”, santinho, etc… nos irritamos com Deus por algo que sai dos nossos planos.
Egocentrismo
Estão aí os artistas acima da média. Os loucos por um babaca religioso. E essa galera toda aí. Fazer algo bem e ter consciência disso não é pecado, pecado é achar que ninguém faz isso como você, ou melhor. A gente gosta mesmo de chamar a atenção, vide aqueles que toda semana aparecem com uma polêmica nova na internet pro show vender mais um ano. E a gente só forma mais gente assim.
Intolerância
Ah, se falam da nossa fé. Morte!
Muitas vezes não assumimos, mas falam mal de Jesus, crente fica louco. Achamos que ainda estamos em séculos atrás, onde todo o conhecimento era fundamentado em Deus, nos preceitos bíblicos e todos tinham que expor publicamente sua profissão de fé. Não é assim que funciona. Precisamos parar de querer fazer engolir um idolo e propôr um Jesus pra caminhar. As pessoas não querem mais peso, mas querem compreensão e diálogo. Sem considerar-se superior. Descendo do degrau “santo”, para o degrau ser humano sendo gente de fato.
Ganância
Fala de uma campanha pra comprar algo, fórmula de sucesso. Nós queremos mais. Não menos. Compartilhar é besteira. O negócio é o acúmulo. Quer dar certo no Brasil? Religiosidade + Promessa de riqueza + Comportamentalismo.
E assim como na fórmula das meninas super poderosas, ocorre um desastre, o “elemento X” é adicionado e com os crentes não seria diferente, porém ocorreu um probleminha: tiraram Jesus da fórmula dos discipulos. Não podemos chamar nossa reuniãozinha dominical de igreja. Porque Igreja mesmo, só com e em Jesus.
Espero de verdade estar errado. E que Deus me perdoe se estiver. Vamos juntos pro estouro, nas pegadas de Jesus!
Em amor e pelo amor.

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